Gratidão. Escutamos frequentemente sobre essa palavra. Constantemente, somos aconselhados a sermos gratos por tudo que temos e vivemos, pois até as experiências ruins podem nos trazer boas lições.
Recentemente, me peguei com um coração entristecido e, de fato, eu não sabia o que estava me causando aquela tristeza. Eu não conseguia encontrar um motivo aparente, não via uma única causa que me deixasse daquela forma. Então, pedi para o meu bom amigo Espírito Santo sondar o meu coração para que eu pudesse encontrar a raiz daquela tristeza e, rapidamente, um breve sussurro ouvi dentro de mim: “Você tem sido ingrata.”
Na hora, isso me chocou, pois eu não me lembrava dos momentos em que eu não agradecia. Na realidade, era justamente porque eu não estava sendo grata. Por mais que não saísse murmuração ou reclamação dos meus lábios, eu simplesmente também não os usava para expressar minha gratidão.
O que fui percebendo, então, era que um ciclo estava sendo formado: eu olhava para onde estava, olhava para onde gostaria de estar, olhava para pessoas que já estavam onde eu queria estar e, dentro de mim, me incomodava. Não verbalizava, mas meu coração se entristecia. A falta de reconhecimento da graça de Deus na minha vida, na fase em que eu estava, levou meu coração a não se contentar e querer mais.
Então, eu entendi a raiz da minha tristeza: a ingratidão estava roubando minha alegria.
Você, em algum momento, já se identificou com isso? Às vezes, a tristeza que sentimos não está pautada literalmente nas circunstâncias que vivemos, mas na ausência de reconhecimento da bondade de Deus em nossas vidas no presente.
E é isso que a ingratidão faz. Ela não passa de uma ladra que só tem por função roubar nossa alegria, nos cegar para aquilo que temos agora, nos cegar para a graça e o favor que Deus tem nos dado hoje e nos deixar preocupados com o amanhã. A ingratidão rouba nossa esperança, nos impede de acreditar no melhor de Deus para nossas vidas e nos leva a um caminho sem fim de comparação, enquanto Deus tem um caminho único para cada um de nós.
A ingratidão afeta nossa vida espiritual, emocional e até mesmo física. Ela nos faz esquecer as bênçãos de Deus, nos torna mais amargos e insatisfeitos e nos impede de viver com alegria e propósito.
A ingratidão nos afasta de Deus. Em Romanos 1:21, Paulo fala que os homens se tornaram fúteis em seus pensamentos porque “não glorificaram a Deus, nem lhe deram graças”. A ingratidão nos cega para o que Deus já fez e nos impede de crescer espiritualmente.
Enquanto a gratidão abre novas portas, a ingratidão as fecha. Um coração ingrato é impedido de viver as bênçãos do Senhor, pois qual seria o sentido de Deus entregar algo para alguém que Ele sabe que não apresentará graças a Ele? O que precisamos fazer é cultivar um coração grato e contente. Precisamos nos contentar no Senhor, sabendo que, independente da situação em que estamos, Ele está no controle e nada – nenhuma circunstância, situação ou pessoa – pode tirar a nossa paz.
É sobre ser grato a Deus nos vales e nos montes, saber que temos um Deus que cuida de nós, que é soberano e jamais perdeu o controle da nossa história. Em todas as situações, tanto nas boas quanto nas ruins, a nossa postura deve ser de gratidão.
1 Tessalonicenses 5:18
“Deem graças em todas as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus.”
Filipenses 4:6
“Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus.”
Se estou feliz, eu vou expressar minha gratidão. Se as circunstâncias não estão favoráveis, eu também vou expressar minha gratidão, porque confio que Deus está no controle e que Ele é bom. Isso é motivo suficiente para sermos gratos.
“Entendi, Glória, mas como eu posso buscar um coração grato?”
A primeira verdade que o Espírito Santo me mostrou quando percebi que estava me comportando de forma ingrata foi que eu precisava mudar minha mentalidade e entender que gratidão não é um sentimento, mas sim uma escolha. Por mais que ela venha acompanhada de entusiasmo e euforia, em sua essência, a gratidão é uma decisão. Eu preciso, todos os dias e de forma intencional, ser grata pelas mínimas coisas até as maiores. É uma escolha totalmente racional e diária.
A segunda verdade é que eu preciso desistir da comparação. Toda vez que me comparo com alguém, é como se eu estivesse dizendo para Deus que Ele errou e está sendo injusto comigo. Mas isso não passa de uma mentira que é plantada na nossa mente para nos fazer questionar o caráter de Deus.
Logo Ele, que é santo, imutável e soberano?
A base do Seu trono é verdade e justiça. Deus não errou comigo. Deus não errou com você. O que Ele confiou a mim, o caminho e a história que Ele tem para a minha vida são únicos. Para parar de me comparar, eu preciso conhecer a Deus. Entendendo que Ele é santo, incapaz de fazer o mal, sabendo que Ele é bom e que Seus caminhos são perfeitos, eu poderei confiar plenamente no plano d’Ele para minha vida.
Quer vencer a comparação e ser mais grata?
Conheça o Senhor. Somente ao conhecê-Lo perceberemos o quanto Ele é fiel, zela e cuida de nós.
Que tal fazer um exercício de gratidão? Pegue um caderno e escreva três coisas pelas quais você pode agradecer hoje. E acredite em mim, isso não é um papo de coaching, mas faça isso todos os dias por uma semana e veja como seu coração será transformado e a alegria voltará a fazer parte dos seus dias novamente.
Vamos orar? Senhor, me ensina a ser grato em todas as situações. Abre meus olhos para enxergar o Teu cuidado em cada detalhe da minha vida. Amém!
